terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mentirinha inofensiva

Os médicos sabem que fazer um diagnóstico exato depende do fornecimento de informações confiáveis pelos pacientes e seus familiares, e que os cuidados em tempo útil, astuto, e compassivo dependem de comunicações bidirecionais eficazes (entre o paciente e o médico). Infelizmente, ambos são, muitas vezes, prejudicados por comunicações complicadas; cada grupo detém, distorce, ofusca, fabrica, ou mente sobre a informação que é crucial para a relação médico-paciente e para um tratamento eficaz.

O que os médicos revelam, retém ou distorcem importa bastante para seus pacientes. Essas inverdades e manipulações da informação podem prejudicar as relações e comprometer a assistência clínica. Além disso, o intercâmbio de informação é cada vez mais eletrônica (via e-mail e registros médicos). O número menor de interações cara-a-cara torna a comunicação ainda mais desafiadora. Cuidados gerenciados e limitações de tempo adicionam ainda mais pressão. Além disso, os médicos e os pacientes são cada vez mais encorajados a servir como parceiros no atendimento clínico, colocando uma demanda maior no relacionamento e na troca de informações.

Mentiras na relação médico-paciente podem ter consequências tanto imediatos como de longo prazo. A experiência de ser enganado é frequentemente associada com emoções complexas (por exemplo, confusão, raiva, traição e desespero). Os enganados também são feridos narcisicamente; eles podem perceber que não são muito importantes para o enganador ou que não eram espertos o suficiente para ter reconhecido a mentira. Sua confiança nos outros e em si é violada. As pessoas podem tornar-se negativas e cínicas ou sentir-se tão marginalizadas que se tornam esquivos (para não serem feridas novamente). Mentir também tem um efeito sobre o mentiroso (por exemplo, sentimentos de culpa, danos ao senso de integridade pessoal e perda de credibilidade).

Referências:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2736034/

7 comentários:

  1. Como a postagem fala sobre a eletrônica no mundo médico, acho interessante abordarmos aqui um dos vários aspectos do uso da tecnologia nesse meio. Hoje, é muito comum que pacientes já cheguem aos consultórios munidos de informações que encontram na internet. Culturalmente, o médico sempre foi o único detentor do conhecimento sobre saúde e muitos não vêem com bons olhos o fato do paciente chegar ao consultório com informação técnica e, muitas vezes, questionando a conduta do médico. É muito importante o paciente possuir informação e discutir com seu médico sobre suas opções de tratamento, sendo o papel do médico na atualidade esclarecer o paciente e decidir junto com ele sobre o caminho/tratamento a ser adotado. Resta, porém, esclarecer que nem toda informação existente na internet é confiável e é preciso uma campanha de esclarecimento e uma forma de validar sites com informação técnica de qualidade.

    Fonte: http://sergioamaral.com.br/tecnologia-e-atendimento-medico/

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  2. Complementando a postagem podemos averiguar que aquele médico de família, que acompanhava todos os seus integrantes ao longo de suas vidas, não existe mais. Ou restam pouquíssimos. Hoje temos um estranho avaliando outro estranho - em apenas alguns minutos de curto diálogo, provavelmente, nunca mais se encontrarão. ISSO É UM PROBLEMA, vistou que dificulta a criação de uma relação de confiança com o médico. Enfim, queremos ver novamente o paciente confiando sua saúde com a mesma tranquilidade que confiávamos antigamente. Ainda não é o que acontece na maioria dos casos. Em parte porque este profissional vestido de branco não dispõe de tempo de condições adequadas ao aprofundamento da relação com seu paciente. Assim, cabe esperar que mudanças curriculares nos cursos de Medicina possam focar em um currículo mais humanitário, pois dar e receber assistência médica de qualidade e universal, mais do que um anseio, é um direito de todos.
    Fonte: http://www.sbcm.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=2038:relacao-medico-paciente-humanizacao-e-fundamental&catid=84:opiniao&Itemid=135

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  3. Num mundo onde os meios de comunicação dominam é difícil impedir que as relações físicas sejam substituídas por relações em rede. Além disso, o pouco tempo que os médicos dispõem para atender os seus pacientes e, até mesmo, o pouco tempo que os pacientes têm para ouvir o médico dificultam muito o processo de clínica. Deve-se buscar soluções na formação dos médicos, tornando-a mais humanitária e deve-se incentivar boas relações entre médicos e pacientes.

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  4. Continuando o tema da influencia de novas tecnologias na relação médico paciente, é importante citar as mídias, cada vez visíveis. Os meios de comunicação (rádio, TV, jornais, revistas e internet) têm o papel fundamental de informar a população sobre estilos de vida saudáveis, atendimentos em saúde disponíveis, campanhas de saúde pública, avanços e descobertas da Medicina e da ciência. Mas também cabe à imprensa apontar as omissões das autoridades de saúde, as deficiências dos serviços públicos e privados, os abusos dos planos de saúde, os erros de instituições e profissionais. Fundamentada, a denúncia auxilia e agiliza a apuração dos fatos.
    Por vezes, abordagens superficiais ou interpretações equivocadas criam falsas expectativas ou falso juízo de valores. Em outras, a exposição pública de pacientes e médicos, sobretudo quando se trata da suposição de problemas causados durante o atendimento, tende para o sensacionalismo. Todo médico tem o direito de dar entrevistas sobre a sua atividade. Caso não se considere seguro ou especialista no assunto, deve indicar outro colega, o responsável técnico da instituição onde trabalha ou entidade médica. Nos hospitais e serviços de saúde, geralmente é o diretor o responsável por dar informações.

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  5. Mentiras na relação médico-paciente são comuns. Os médicos muitas vezes minimizam os problemas, deixam de dizer toda a verdade, ou recorrem a explicações excessivamente simplificadas. Duas áreas importantes para potenciais omissões são da entrega de más notícias e da admissão de erros. Grande parte da discussão que rodeia a entrega de más notícias pode ser encontrada na literatura sobre cuidados paliativos. A tarefa de dar más notícias é estressante; médicos que estão mal preparados podem ou minimizar as informações, enganando assim os pacientes, ou apresentá-las de uma forma excessivamente científica e confusa. A divulgação médica de erros é outro campo minado na relação médico-paciente. Os médicos tendem a fornecer o mínimo de informação aos doentes após erros médicos e raramente oferecem desculpas completas. Os pacientes, por outro lado, podem minimizar ou exagerar sintomas ou evitar questões clínicas importantes. A simulação de doença (a simulação consciente ou simulação de sintomas de ganho secundário) é outra forma de mentira frequentemente encontrados em contextos forenses e clínicos. Os pacientes mentem sobre sintomas para obter atestado de deficiência ou o acesso à medicação controlada ou para evitar o encarceramento ou outras consequências indesejáveis de suas ações. Por isso é tão importante que se crie um vínculo entre o médico e o paciente para que não haja a necessidade de mentirem um para o outro e assim o atendimento funcione melhor.
    Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2736034/

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  6. A teconologia é um avanço muito importante para a sociedade. Entretanto, muitas pessoas acabam enganando-se ao confiarem mais na internet do que nos prórprios médicos. A tecnologia vem desempenhando papel cada vez mais importante em nossas vidas, alterando as relações familiares, hábitos de consumo e muitas outras coisas. Apesar de a tecnologia sempre ter tido uma relação muito íntima com o desenvolvimento da medicina, somente agora ela chega na relação médico-paciente, proporcionando oportunidades de diversificação no formato do atendimento médico, bem como na aderência ao tratamento proposto. Porém, existe o risco da quebra de sigilo médico, dos dados do paciente se tornarem públicos, além do risco do paciente adquirir informação de fonte não confiável, o que pode ter consequências muito negativas.

    http://sergioamaral.com.br/tecnologia-e-atendimento-medico/

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  7. A importância dessa abordagem ocorre porque não há prática da medicina sem que seja estabelecida a melhor relação possível entre o médico e o paciente. Apalavra chave dessa relação seria confiança. A manutenção da tranquilidade de tal relação ocorre a partir do momento em que o médico trata o paciente de modo a passar a devida segurança, e o paciente, deixa-se confiar nas habilidades médicas, dizendo-lhe a verdade necessária para um bom diagnóstico. Afinal, estabelecer uma boa relação médico-paciente faz com que se crie entre médico e paciente uma verdadeira amizade e confiança, pautadas no respeito mútuo e na busca do bem estar de ambos, além de ser uma ótima profilaxia para as possíveis e, às vezes, inevitáveis complicações clínicas ou erros de procedimento ou conduta médica, especialmente se o paciente se compromete a dizer sempre a verdade, facilitando o diagnóstico do profissional de saúde.

    fonte: http://bioquimicanoatomedico.blogspot.com.br/

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