Um diagnóstico diferencial é um método de diagnóstico sistemático utilizado para identificar a presença de uma entidade, onde várias alternativas são possíveis (e o processo pode ser denominado processo de diagnóstico diferencial). O diagnóstico diferencial também pode ser definido como processo para distinguir dois distúrbios de aparência semelhante. É necessário analisar detalhadamente a origem, a caracterização e o desenvolvimento dos sinais e sintomas para se chegar à conclusão de que pertencem a um determinado distúrbio e não a outro.
Este método é, essencialmente, um processo de eliminação, ou, pelo menos, um processo de obtenção de informações que diminui a probabilidade de diagnósticos alternativos a níveis insignificantes, recorrendo a provas tais como sintomas, histórico do paciente etc.
Procedimentos de diagnósticos diferenciais são usadas por médicos e outros profissionais médicos treinados para diagnosticar a doença específica em um paciente, ou, pelo menos, para eliminar quaisquer condições de iminente risco de vida. Muitas vezes, cada opção individual de uma possível doença é chamada de um diagnóstico diferencial (por exemplo, bronquite pode ser um diagnóstico diferencial na avaliação de uma tosse que acaba com o diagnóstico final de resfriado comum).
O diagnóstico diferencial pode ser considerada como a implementação de aspectos do método hipotético-dedutivo, no sentido de que a presença potencial de doenças candidatos ou condições podem ser vistas como hipóteses que os médicos ainda determinar como sendo verdadeiras ou falsas.
Existe uma série de fatores necessários prévios à emissão de um diagnóstico diferencial. Em primeiro lugar, o processo não é unilateral, então requer sensibilidade e responsabilidade de ambas as partes: profissional e paciente.O médico deve ter grande técnica clínica, a qual é formada pelo conjunto de experiência médica e capacidade cognitiva. Para que as hipóteses sejam válidas, estas devem ter consistência lógica e fundamentação científica, além de haver a possibilidade de serem diferenciadas experimentalmente. No processo de geração e refutação de hipóteses, persiste a que, sob avaliação crítica, se considera a mais possível. Esta ação é a característica fundamental do diagnóstico diferencial e acontece durante todo o ato médico.
ResponderExcluirUm fato importante a ser ressaltado é o diagnóstico diferencial no caso de primeiro episódio psicótico. Algumas características inerentes aos atendimentos de emergência psiquiátrica podem interferir na precisão do diagnóstico. Geralmente, o diagnóstico psiquiátrico em contexto de emergência é elaborado a partir de uma avaliação única, em um corte transversal e sem informações adicionais de acompanhantes Além disso, não há a possibilidade de seguimento do paciente, perdendo-se, com isso, a observação da evolução do quadro clínico. A alta demanda, acrescida da alta rotatividade normalmente observada em serviços de emergência, limita o tempo disponível para a realização da consulta, bem como o período de observação que permitiria uma avaliação mais adequada dos sintomas.
ResponderExcluirReferência:
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v32s2/v32s2a04.pdf
Realmente, como a Luana comentou, a questão do diagnóstico diferencial faz-se muito presente na área psiquiátrica. No caso das síndromes demenciais, por exemplo, que são caracterizadas pela presença de déficit progressivo na função cognitiva e interferência nas atividades sociais e ocupacionais, o diagnóstico diferencial deve, primeiramente, identificar os quadros potencialmente reversíveis, de etiologias diversas, tais como alterações metabólicas, intoxicações, infecções, deficiências nutricionais etc. Nas demências degenerativas primárias e nas formas sequelares, o diagnóstico etiológico carrega implicações terapêuticas e prognósticas.
ResponderExcluirSabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes demenciais depende do exame neuropatológico. Entretanto, uma avaliação clínica cuidadosa incluindo anamnese detalhada, exames físico e neurológico, associado a determinações bioquímicas e de neuroimagem, podem possibilitar maior acurácia no diagnóstico diferencial. (ref: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832005000300004&lng=en&nrm=iso)
O diagnóstico diferencial é essencial também na avaliação dos primeiros casos psicóticos. Características específicas de atendimento de emergência – avaliação única e breve, em corte transversal e com poucas informações disponíveis – podem dificultar o processo diagnóstico. Essas limitações podem ser contornadas por meio da aplicação adequada de critérios diagnósticos operacionais, do uso de escalas e entrevistas diagnósticas padronizadas e de um tempo mínimo de observação de 24 a 72 horas. Diagnósticos de transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão psicótica e transtorno delirante elaborados em contexto de emergência apresentam boa estabilidade temporal, não ocorrendo o mesmo com diagnósticos de transtorno psicótico breve, transtorno esquizofreniforme e transtorno esquizoafetivo.
ResponderExcluirEstabelecer parâmetros para eliminar probabilidades de diagnósticos é vital para o assunto do blog. Utilizar de artifícios que direcionem o pensamento do médico e, ao mesmo tempo, façam uma análise crítica do que o paciente ou os exames disseram é essencial. A exemplo disso, pode-se pensar nas relações de AST/ALT, ALP e tempo de coagulação como uma forma de eliminar e diferenciar os tipos de hepatite. O bom uso dessas informações podem ajudar a desmascarar um paciente que diz que não bebe, mas que o exame diagnostica hepatite alcóolica, por exemplo.
ResponderExcluirDiagnóstico Diferencial é essencial para se trabalhar com hipóteses de diversas doenças que o paciente possa ter, ajudando o médico na escolha de exames corretos que possibilite diagnosticar de forma correta o paciente. Pode-se pensar, por exemplo, na asma brônquica, em que várias patologias possuem sintomas muito parecidos com as da asma brônquica, que podem confundi-la com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, já que ambas apresentam inflamação das vias áreas, broncoconstrição, dispneia e secretam muco. Para diferenciá-las pode-se fazer uma provas de função pulmonar, já que ambas apresentam resultados diferentes.
ResponderExcluirReferência: http://www.asmabronquica.com.br/medical/diagnostico_diferencial.html
O diagnóstico diferencial pode ser definido como uma hipótese formulada pelo médico, tendo como base a sintomatologia (sinais e sintomas) apresentada pelo paciente durante o exame clínico, segundo a qual ele restringe o seu diagnóstico a um grupo de possibilidades que, dadas as suas semelhanças com o quadro clínico em questão, não podem deixar de ser elencadas como provável. A partir do diagnóstico diferencial, o médico pode selecionar testes terapêuticos, ou ainda, exames complementares específicos a fim de se obter um diagnóstico final ou de certeza. O médico deve ter grande técnica clínica, a qual é formada pelo conjunto de experiência médica e capacidade cognitiva. Para que as hipóteses sejam válidas, estas devem ter consistência lógica e fundamentação científica, além de haver a possibilidade de serem diferenciadas experimentalmente. No processo de geração e refutação de hipóteses, persiste a que, sob avaliação crítica, se considera a mais possível. Esta ação é a característica fundamental do diagnóstico diferencial e acontece durante todo o ato médico.
ResponderExcluirA proposta da Navalha de Ockham propôs retirar da filosofia toda redundância e tudo que fosse supérfluo, resumindo na frase "Pluralitas non est ponenda sine neccesitate" (Entidades não devem ser multiplicadas além do necessário) o seu pensamento. Ou seja, se uma explicação simples basta, não há necessidade de buscar outra mais complicada; ou conforme sua popularização na ciência: entre duas teorias que explicam igualmente os mesmos fatos, a mais simples é a correta.
ResponderExcluirA proposta da Navalha de Ockham não exclui simplesmente as explicações complexas ou de difícil entendimento, mas sim que se descarte as hipóteses que em igualdade de condições com outras possuem mais suposições ou mais pressupostos, já que quanto mais suposições, maior a chance de que alguma delas esteja errada.
fonte: http://www.airtongalarza.com/Navalha%20de%20Ockham.html