terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mentirinha médica


O Dr. House já deve ter escutado muitas mentiras de pacientes. Seu lema — “Todos mentem” — deixa isso bem claro. Se a arte imita a realidade, é de esperar que mentiras também ocorram no cotidiano do médico.


Saímos da ficção e viemos para a realidade. Um estudo feito com 1,5 mil voluntários pela empresa americana WebMD, especializada em pesquisa na área de saúde, mostrou que mentir é um hábito de quase metade das pessoas que procuram um médico. Segundo o trabalho, 45% dos entrevistados admitiram que mentem ou não falam toda a verdade na consulta. Outros 30% mentiam sobre a adesão a dietas e exercícios. A conclusão dos coordenadores do trabalho é que, embora pareçam inofensivas, essas atitudes podem ser arriscadas para a saúde. Sem o quadro completo em mãos, o profissional pode errar no tratamento, no remédio, na dose, ou até receitar algo que interaja com uma droga que o paciente está tomando escondido.

“Os pacientes estão fortemente motivados a fazer seus médicos acharem que são bons pacientes”, diz o Dr. Steven Hahn, professor de medicina clínica no Albert Einstein College e um internista no Jacobi Medical Center em New York City. Os pacientes também são propensos a mentir sobre o seu envolvimento em tabus sociais, coisas que seu médico pode não aprovar. Na pesquisa da WebMD, 22% mentiu sobre o tabagismo, 17% sobre o sexo, 16% sobre beber e 12% sobre o uso de drogas.

Você, que já foi ao médico, mentiu para ele? Omitiu a verdade? Deixe seu comentário!

Referências:
http://articles.latimes.com/2009/jun/08/health/he-lying8

8 comentários:

  1. Essa atitude do paciente advém muitas vezes do distanciamento que há entre o ele e o médico. O médico para ele é um estanho, daí ele não se sente a vontade para contar alguns aspectos de sua vida. Por isso, uma forma interessante de solucionar essa questão é a aumentando a vinculação médico- paciente. O médico deve conhecer a vida do paciente, deve ficar próximo dos seus familiares. E não pode deixar de ressaltar, também, a importância das visitas do agente de saúde para conhecer os determinantes de saúde de uma determinada comunidade.

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  2. Concordando com o que foi dito pela Luana, a relação médico-paciente é fundamental desde o início da consulta. É importante o questionamento ao paciente sobre seu estilo de vida e sobre seus hábitos, mas é, também, extremamente necessário "desconfiar sempre". Para isso, o médico pode utilizar artifícios como a aproximação com um parente próximo (como um filho, uma mãe, uma esposa, um marido...), para que ele esteja sempre atento se o que o paciente diz condiz com a realidade. Além disso, ficar se olho nos exames é também um passo fundamental.

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  3. Um caso específico que acho interessante ser debatido é o fato de algumas mulheres mentirem para seu/sua ginecologista. Essas mentiras ou omissões ocorrem, muitas vezes, por medo de levar uma bronca ou por vergonha de perguntar algo. Mas as consequências são graves. Por isso, é muito importante ter total confiança no médico para evitar essa autossabotagem, pois é a própria saúde da paciente que mente/omite que poderá estar em risco. Algumas das mentiras mais comuns são: pacientes que dizem não ser fumantes, alegar que sempre usa o preservativo, dizer que nunca teve uma DST, afirmar que não toma nenhum remédio, etc.

    Fonte: http://nadafragil.com.br/mentiras-que-as-mulheres-contam-para-o-ginecologista-geram-consequencias-negativas/

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  4. Em casos de cirurgia uma mentira pode ser fatal. Tomando como exemplo os fumantes, muitos mentem sobre o seu hábito para conseguirem autorização para realizar determinados exames. Isso, pois os fumantes têm mais riscos em cirurgias devido à implicações do tabagismo: danos à circulação e à cicatrização de feridas. Portanto, algumas pessoas podem sentir-se motivadas a mentir sobre o hábito de fumar e isso pode ter consequências sérias no momento da cirurgia e durante o pós-operatório.
    fontes: http://www.ecologiamedica.net/2011/12/mentiras-no-consultorio.html

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  5. O que é certo é que a mentir para o médico ou mesmo omitir informações causa mais problemas do que parece, uma vez que a chave que poderá abrir as portas para solucionar algo que vem incomodando a saúde do paciente poderá estar em uma resposta honesta e completa. Mentiras ou omissões podem ocorrer na primeira consulta ou em consultas subsequentes. Uma das mais comuns é reforçar ao médico uma disciplina que não existiu frente ao tratamento.Cobra-se muito que o comportamento do médico seja de sinceridade e que este faça o que há de melhor para seus pacientes. Por outro lado, e infelizmente, uma parte dos pacientes não se comporta com a mesma postura frente aos médicos O que deixa uma indagação, até que ponto um erro médico, é decorrente realmente do médico, ou se o paciente tem culpa nesse erro também.
    Fonte: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/08/voce_ag/vida/1457700-vai-ao-medico-pense-bem-antes-de-mentir.html

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  6. As mentiras podem variar de inofensivas até fatais, mas, sendo um profissional relacionado com a saúde é necessário sempre ser capaz de identifica-las, pelo menos até certo ponto, uma que não como saber ao que ela pode levar até descobri-la. Assim, o médico nunca deve confiar completamente no que diz o paciente, e basear-se o máximo possível no que diz o próprio corpo do paciente e, se possível, na experiência relacionada a casos similares para haver a maior probabilidade possível de sucesso.

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  7. Além da importância do vínculo entre o médico e o paciente, já falada em comentários anteriores, há também um desafio ao contar sobre a vida sexual, como foi dito na postagem (17% mentiu sobre o sexo). Durante a adolescência, em que muitos pacientes vão acompanhados dos pais esse risco é grande. Por isso é importante a atuação de uma especialidade médica, o hebiatra. Ele está preparado (mais do que um pediatra ou um clínico geral) para lidar com temas como puberdade, estirão de crescimento, maturação sexual e mudanças físicas típicas desse ciclo da vida, além de saber como tratar as transformações psicossociais comuns a essa faixa etária. Embora os pais possam participar das consultas, seu protagonista é sempre o adolescente. Além disso, o paciente tem direito ao sigilo, à confidencialidade e à privacidade. Deve-se reservar uma parte da consulta para o adolescente ficar sozinho com o médico, momento fundamental para que ele possa receber orientações sobre a puberdade e conversar sobre assuntos de seu interesse.
    Fonte: drauziovarella.com.br/sexualidade/a-importancia-do-hebiatra-o-medico-dos-adolescentes/

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  8. Uma das causas para a mentira dos pacientes é o distanciamento entre médico/paciente. A melhor maneira de atender um paciente é criando um vínculo com ele. Esse vínculo é necessário para que ele ganhe a sua confiança e seja capaz de contar a verdade para você. Dessa maneira, as mentiras durante a consulta tendem a diminuir. Porém, para a criação desse vínculo, é necessária uma maior atuação do governo. Sabe-se que hoje, com as Unidades Básicas de Saúde (UBS), esse vínculo está sendo facilitado. Entretanto, apenas os agentes comunitários estão criando laços com os pacientes, uma vez que os médicos não precisam visitar os seus pacientes com tanta frequencia e, quando deveriam ir, faltam.

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